domingo, 12 de setembro de 2010

A dança



Ao longe o vento sopra
Versos duma canção
Surda, aos ouvidos daqueles que não amam
E que não conhecem o verdadeiro sentido do amor.
Mas nós dois ouvimos...
E até dançamos juntos
Com o corpo e o rosto colado
(como se fossemos uno):
Aquela canção que só a gente sabe
Que diz tanto sobre nós
Que traduz a nossa TIMIDEZ
Em acordes metálicos,
Solos e rifes de pensamentos
Que seguem na mesma direção
Dos sons que brotam dos nossos lábios
Quando se separam...
Em acordes, notas de EU TE AMO!
Quanta sintonia...
E lá fora
(num mundo externo ao nosso)
A sinfonia segue aquela canção...
E a gente aqui
Dança, canta, se ama...
Sem pressa.
O tempo é todo nosso!

Natalia Santana (11 de Setembro de 2010)

sábado, 11 de setembro de 2010

Sóbria




O sol se foi
A noite cai sombria
E a escuridão toma conta de tudo...
Já não há mais alegria.
Pessoas nos bares, nas ruas
Bebem, dançam...
Sorrindo tentam mascarar suas dores, seus medos
E estou sóbria em meio a tudo isso.
Vejo tudo claramente
E isso dói.
Vejo e sinto o que não queria ver e nem sentir.
Vejo tudo, mas ninguém me vê.
Mais um gole de veneno
não surte nenhum efeito.
Estou imune a dor, a morte física...
Mas minha alma padece, pena
Sofre em silêncio...
Mas estou sóbria...
E mais uma vez...
Pago pelos meus e pelos teus pecados
Carrego comigo toda a dor do mundo
Só queria um abraço pra aliviar meu cansaço
E apenas um beijo para esquecer de tudo!

Natalia Santana (04 de Setembro de 2010)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O silêncio das horas passam
Arrastam as lembranças... e nesse turbilhão
Machucam meu coração
Esmagam minh'alma
E transforma tudo em saudade
Saudade de um tempo que passou
E que hoje sei
Que não voltará...
Mesmo que eu insista, clame aos céus....
E tudo prossegue mudo, surdo, sepulcral...
E o silêncio, inquebrantável das horas, segue
A mesma melodia de outrora
E o corcel negro da noite, alado
Traz de volta tudo que eu quisera esquecer
No embalo, na batida de suas negras asas
Afugentando minha'alma
Aprisionando o meu coração
Nas memórias dum passado que outrora
Fazia-me mais viva
Memórias que coloriam nosso peito
E enchiam nosso peito de vida, de emoção, de amor...
E enfim, me pergunto:
"Cadê você? Aonde estou?"
E novamente vem
O corcel negro da noite
E o medo sufoca-me
Fico muda
Igualmente negra
Sem vida...
Vivo: morta-viva-morta...
(Natalia Santana, 05 de Setembro de 2010)