quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eclipse



O que será de mim agora?
Meu coração partido, estilhaçado
Recolhido e remontado outrora...
Volta agora a se partir.
Os cacos de antes viraram pó...
E agora, o que será de mim?
O que será do que sobrou de mim?
Não sei...
Aliás, nem sei o que sobrou
(Se é que sobrou alguma coisa)
Meu remédio agora
É virar a noite e a madrugada
Passar o dia
Juntando o que sobrou, sozinha...
Colando o que restou, sozinha, sozinha...
E a vida vai passando
Vejo da janela
Aquela menina moça mulher cresceu
E o menino também...
O tempo passou
E eu nem vi...
Nem percebi quão grande é a minha solidão
Vejo minhas mãos cansadas
O meu rosto marcado pelo tempo e pela dor...
olho-me no espelho
E só agora
Depois de tanta desilusão eu vejo:
O amor e eu
Somos tal e qual o sol e a lua
Andamos em lados opostos
E quando pensamos que estaremos finalmente juntos
Tudo acaba.
Era um eclipse.

Natalia Santana (12 de Janeiro de 2011)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dual


Estou confusa,

Acho.

Nem sei porque.

Coração e mente em desequilíbrio.

Tudo caindo

Saindo do lugar...

Quem sou eu agora?

Aquela ou a outra?

A menina ou a mulher?

Pagã ou cristã?

Serei eu todas num só corpo?

Ou não serei nada e nem ninguém?

Acho, sinto e vejo

Que nada sou.

Que nada serei.

Nem ouso ser.

Não posso.

Pois já não vivo.

Simplesmente passo.

Sou agua corrente

Poeira que o vento leva, um simples acaso...

Somente passo pela vida, pelas pessoa.

Não deixo raízes

Pois não me deixam.



Natalia Santana

sábado, 1 de janeiro de 2011

Noite e Dia



La na extrema do horizonte vejo o sol nascer...

Com os olhos fitos no céu

Acompanho sua passagem

Até se extinguir, morrer.

Num ponto em que meus olhos incertos

Não podem alcançar...

E depois que a luz se vai,

O céu se cobre de negro

E a tristeza envolve o mundo...

As vezes, a lua aparece

Como um consolo

Junto as estrelas...

Outras vezes não.

Mas a noite, assim como o dia, também se esvai...

E no dia seguinte começa e termina

Tudo outra vez...

Assim como a vida,

Muitas vezes acompanhamos o nascer e o entardecer de alguém...

Outras vezes já o encontramos de passagem

Para mais a frente vermos partir...

E sentimos a dor...

Mas nada como um dia após o outro

Para percebermos que:

“The show must go on”

Que a vida segue

Que o dia vai e a noite vem

Para depois também partir...

E continuar o velho ciclo:

De quem nasce morre

De quem morre nasce

Ou renasce em algum lugar...


Natalia Santana