terça-feira, 18 de maio de 2010

Ao poeta morto...




Um dia...
Quando minh'alma
Abandonar o meu corpo para sempre
Encaminhando-me assim
Para a fria sepultura
Quero que lavrem
Em meu túmulo
O seguinte epitáfio:
"Jaz aqui Natalia
Aventurou-se poeta
Viveu pouco,
Mas sonhou intensamente".

Natalia SanCost

(16 de outubro de 2008)

Mon cœur




Meu coração é borboleta dourada...
Voa solitário nas asas da fantasia
E pousa enamorado na flor dos meus sonhos.

Natalia SanCost

(21 de Julho de 2008)

"Se eu morresse amanhã"




Se eu morresse amanhã
Deixando assim de existir
Alguma falta sinto que faria
Àqueles que me amaram.
Se eu morresse amanhã
Todos os meus sonhos, desejos e ideais
Ficariam para trás
E tanta ânsia de buscar felicidade
E de viver um grande amor
Também se extinguiriam aí.
Mas...
Se eu morresse amanhã
E disto tivesse certeza
Buscaria viver intensamente
O hoje!
Diria tudo aquilo que penso
Que um dia quis dizer
E não disse.
Quebraria barreiras
Afim de alcançar fronteiras
Talvez... do meu coração...
Se eu morressse amanhã
Faria tudo diferente
No presente!
Procuraria dentro d'uma revolução solar
Ser mais humana.
Seria mais eu...
Mas...
Ah, se eu morresse amanhã
A causa da minha morte
Antes da aurora dos vinte anos,
Seria enigmática
Muitos tentariam
Mas poucos, ou ninguém
Saberia explicar:
Se de amor ou saudade
Se de tádio ou solidão...
Talvez nem eu mesma soubesse
Se eu morresse amanhã.

Natalia SanCost

(13 de junho de 2008)

Amor Morto





Oh, meu Anjo...
Quanta falta tu me fazes
Durante todo esse tempo frio
Impossível não pensar em ti
impossível não pensar em nós...
A dor da tua partida
Matrata-me! Fere-me a alma...
Quando a noite cai sombria
E todo o céu escurece
A tua lembrança vem...
E a saudade sufoca
Entumece-me o seio...
Meu olhar parado
Enche-se de lágrimas
É a dor da perda
Da tua triste partida
Foste embora e tão de repente.
Levaram-te de mim!
E para sempre, sempre!
És morto! És morto!
Palavras que ecoam em meu coração.
Porque tinha que ser assim?
Porque arrancar-te assim de mim?
Tão tristemente!
Oh, como é duro
Ver aquele a quem amo
Ser assim, tão friamente levado.
Sem despedida! Sem um último adeus...
Oh, meu Anjo...
Tudo acabado! Tudo destruído!
Para esse amor só resta a eternidade
Para teu frio corpo, a sepultura
E para mim, triste mortal
Apenas a saudade...
Saudade de um amor que é morto!

Natalia SanCost

(Abril de 2008)

Selva de Pedra




Hoje acordei meio sufocado
Em meio a tantos prédios.
A cidade cheira concreto
Respira concreto!
Olhei através da janela
Só vi a fumaça dos automóveis
Olhei-me no espelho e não me encontrei..
O que faço aqui?
perguntei-me enfim.
Respostas, porém não encontrei.
Tive vontade de fugir
Ver o mar...
(Cheiro de mar é bom!)
Mas como?
Se estou preso nesta selva de pedras!
Selva em que os grandes
Perseguem os pequenos,
Humilham os pequenos,
Por questões de sobrevivência - Afirmam.
E a "lei" da selva - Justificam-se.
Mas nada justifica!
Os homens devoram-se
Uns aos outros
Por dinheiro, status, por futilidades... enfim...
Não posso viver em um lugar assim!
Preciso fugir daqui
O quanto antes!
Não quero fazer parte desta "nação"!

Natalia SanCost

(16 de Março de 2008)

Poesis...




Poesia é ouvir tua voz
sussurrando amores em meu ouvido
É querer beijar-te eternamente
Sempre terno em meu pensamento...
Queria tanto poder estar contigo...
E tornar real todos os meus sonhos...
E acabar de vez com este sofrer...
Que me perturba todos os dias, todas as horas...
Em que me vejo sozinha sem você...

Natalia SanCost

(Outubro de 2007)

Simplesmente Hércules




Não quero o "Hércules"
Tipo feito as esculturas
Criado as modas
Torto, enfezado e entalhalhado a mármore.
Quero-o em pleno esplendor
Viço e frescura
O corpo perfeito as linhas onduladas
Livre. A carne exuberante e pura
O suor da pele
E todas as saliências destacadas...
Quero-o em pleno
Viço e frescura
Com todos os seus músculos, bíceps e tríceps
Tudo muito detalhado
(Para que a minha visão muito apurada
Nada perca na rapidez da olhadela)
Desde a miudeza de uma imperfeição
A grandeza de tudo na mais perfeita forma
E no devido lugar.

Natalia SanCost

(11 de Novembro de 2004)