terça-feira, 7 de agosto de 2012

A estranha


Tenho impressões estranhas sobre mim
Impressões que refletem o meu verdadeiro eu
Coisa que só eu não via
Ou forcejava não perceber.

O mundo que construi tentando ocultaras as minhas verdades
Se desconstruiu
Se desfez
No instante em que ouvi a música
E cantei a canção.

Andei por caminhos tortuosos
Tentei encontrar o meu lugar
Mas é difícil quando se é diferente.
Não me encaixo em nenhum desses quebra-cabeças
E vivo à margem.

Ser deslocada, ser gauche
Não ser o que querem que eu seja
É o meu maior prazer nesta semi-vida.

Peça sem quebra-cabeça
Problema sem solução
A experiência mal-sucedida
A estranha, a distraída...

A que anda sempre na contra-mão.


Natalia Costa

(07/08/2012)

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